7.8.05

Passos maiores que as pernas

Cristóvam Buarque se diz frustrado com a chegada do PT ao poder, pois "esperávamos, por exemplo, que com a vitória do Lula o Brasil tivesse um imenso orçamento participativo", admitindo certa ingenuidade, talvez fingindo ingenuidade.

Não é possível implantar orçamento participativo na união e da união transpor esse modelo para os estados e municípios, o movimento tem de ser o oposto, o orçamento participativo precisa se iniciar pelos municípios, depois pelos estados, para então chegar ao executivo federal.

O sonho do PT é bom, mas exige participação e não há como contar com participação em nível federal, quando essa participação não acontece em níveis estadual e muninicipal. A intenção é perfeita, mas exige um interlocutor ativo.

Para realizar o sonho verdadeiro do PT seria necessário que a subida do PT ao executivo federal tivesse se processado ainda de forma mais lenta do que foi e que nesse período mais municípios tivessem contado com a experiência do orçamento participativo e outras formas de fomento à cidadania.

A partir das experiência locais é que se poderia amadurecer um modelo para o executivo federal. Chegando à presidencia sem essa sustentação nos municípios o que se tem de sociedade civil a nível nacional é inexpressívo.

Talvez esse primeiro mandato do Lula tivesse como objetivo tão somente eleger prefeitos e governadores pelo Brasil e não realizar tão grandes transformações, apenas talvez.

O que se deve atentar nesse final de governo Lula é para a questão da austeridade fiscal, que é fundamental para que o Brasil possa evitar uma grande crise pós-mensalão, com consequência para algumas décadas de estrada esburacada.

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