12.8.05

Que democracia pode verdadeiramente transformar o status quo?

Plínio Sampaio, outrora um dos principais intelectuais do PT, afirmou ao Jornal da Cidade, de Bauru (SP), que "o Lula é mais benevolente com o sistema financeiro que o governo anterior", mas detacou que acredita numa diferença substancial.

Para ele há uma diferença de princípios, pois o governo FHC "acreditava nisso", enquanto o governo atual teme romper com o esquema existente e "criar uma situação que possa afetar o povo".

Plínio é candidato à presidência do PT pela Ação Popular Socialista, espécie de esquerda interna do PT, e defende a organização e a mobilização dos movimentos sociais a partir de suas convergências e não de suas divergências.

O candidato defende que o PT chegou ao governo, mas não ao poder e que o governo Lula é, na verdade, uma ilusão, um símbolo construído a partir de lutas verdadeiras, nascidas na década de 70, mas que abandona a organicidade popular para vencer às eleições.

Será possível o PT se reconstruir a partir do depoimento de hoje do propagandista ( resistência pessoal do autor ao termo 'marketeiro', que rejeita corroborar que política seja mercado) Duda Mendonça mesmo que seja eleito em setembro uma cúpula de esquerda?

Como firaria o governo Lula se fosse formada uma cúpula de esquerda em seu partido, principal partido da situação, uma vez que no Congresso a destruição dos quadros pelos erros do passado e do presente impressiona?

Plínio Sampaio tem, nesse momento, uma atitude quase heróica ao se candidatar à presidencia do PT, tamanha a ousadia de pensar reunir novamente a diversidade que formou o partido no passado e que foi esfacelada pela ditadura da maioria, o "Campo Majoritário" e a "Articulação".

Qualquer que seja o novo PT, ou que novo partido passe a representar os anseios dos trabalhadores e da povo brasileiro, é importante que se aprenda com os atuais erros do PT, não apenas com os síntomas, mas com suas verdadeiras origens.

Que democracia pode verdadeiramente transformar o status quo?