9.8.05

Retomando a resistência

No Brasil, fortemente motivado pelas últimos escândalos, já se percebem manifestações públicas de absoluta descrença nessa democracia em que a população tão somente tem o direito de ratificar a decisão das elites hegemônicas.

Recentemente, uma senhora de classe média, administradora de uma pequena empresa familiar, admirava-se que em um ônibus, uma outra senhora, pobre, discursava para a platéia em trânsito sobre a importância dos brasileiros boicotarem as próximas eleições.

O desenrolar da democracia no Brasil não mostra os resultados esperados pela população. Nem no Brasil, nem no restante da América Latina. Após as ditaduras militares a população espera que as liberdades políticas e sociais e o respeito aos direitos humanos se concretizem e sejam acompanhados de redução na desigualdade social e econômica.

O que se assiste no Brasil é um faz-de-conta democrático, onde a população é desrespeitada impunemente pela classe política, pelo governo e pelas empresas, sem saber ao certo como se defender.

Não é tão diferente do que acontece no restante da América Latina, observada atentamente pelos vizinhos do Norte, que agora já não possuem o grande inimigo comum do comunismo, não há mais ninguém para comer criancinhas e o MST não assusta tanto as senhoras da pequena burguesia urbana.

O México, a Venezuéla, a Colômbia e a Bolívia vivem em constante tensão. São países em que existem grupos de resistência armados, preparados para a luta e, em alguns casos, cujos líderes contam com possibilidades reais de vencerem as próximas eleições, outros, como os Zapatistas, no México, propõe a reforma do sistema político de seu país.

Há cerca de meio século movimentos assim começavam a ganhar força na maioria dos países da América Latina, mas os Estados Unidos conseguiram agir pró-ativamente, como eles denominam a ação da CIA, e implantar ditaduras em quase todos os países, mas havia o grande inimigo que era o comunismo, que hoje não assusta mais nem criancinha.

O futuro promete...

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