A ânsia para tocar fogo na casa, para vingar a honra dos "políticos honestos" ou simplesmente para saciar o desejo da população por noticias quentes acaba por extremar a ausência de rigor no exercício profissional de jornalistas, de policiais, de parlamentares e certamente de outros profissionais.
Informações distorcidas grosseiramente, acusações apresentadas como fatos mesmo sem terem sido checadas, aproximações indevidas entre investigado e investigador e muito mais contribuem para uma imensa confusão sem perspectiva de solução.
Ao se observar um único dia em detalhes a crise política pode se perceber que não há outra saída senão que acabe em pizza, pois há muito estardalhaço e pouco fundamento e, mesmo, pouco rigor investigativo.
De um lado o inquérito no qual tomam parte deputados e senadores, que se armam do que é veiculado na imprensa, ao que é atribuído considerável valor de verdade. De outro a imprensa que se aproveita do que é dito em prenário enquanto afirmação oficial.
Suprimem-se alguns apostos na espiral da construção do discurso e especulações e acusações se transformam em fatos que se legitimam pela repetição e não pela comprovação, algo que lembra a constituição acionária das empresas do Chatô, em que uma era dona da outra em cascata até que a última era dona da primeira, finalizando uma estrutura circular.
A CPI pode até não acabar em pizza, mas a sensação para a população será, inevitavelmente essa, apesar da grande heroína, a TV Senado, pois o descuido e a falta de rigor profissional em quase todas as etapas dessa investigação, incluindo a mídia, estão valorizando demais testemunhos e indicios, quando será preciso provas documentais substanciais, que até o presente momento não aparecenram.
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